I’m lost, again

Por que para mim soa tão complicado ser solteira e sozinha? Será que é tudo uma questão de hábito?
Eu me sinto tão entediada, sem sentido e perdida. Passo meu tempo, meus sonhos, perpetuando pessoas, fixando lembranças, sendo consumida pelos fardos do destino. Eu me torno uma pessoa sem trilha sonora.
Não quero dizer que tudo está ruim. Enfim, tudo melhorou. Mas eu fico muito mais sensível à bipolaridade. Num minuto estou totalmente disposta e acho que vai ser a melhor noite do mundo. No outro, me alieno em algum pensamento vago e triste. Logo, quero ir para casa dormir o mais rápido possível.
Minha vida encarnou nesse loop temporal. Eu sempre tenho essa fase na qual eu tomo um banho de realidade. Eu entendo tudo como realmente é, sem fantasias ou emoções. Falando em emoções, aqui estou eu achando que sou incapaz de sentir qualquer coisa por outra pessoa novamente.
Lá vou eu para mais uma fase esquisita da minha vida. Mas dessa vez vou fazer do jeito certo e não vou deixar que qualquer possibilidade de relacionamento destrua toda a integridade solitária para depois ser obrigada a reconstrui-la novalmente. Porque isso é realmente muito complicado pra mim… viver sozinha.

“Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a… ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda boca que o não prova engana.

Qui saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!

…

Para que, enfim, chegando à última calma
Meu podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d’alma”

Augusto dos Anjos

Como eu disse…

… em algum post anterior por aqui:

“eu entendi como é importante quando você decide que vai amar alguém: Você vai ter que lidar com isso pelo resto da sua vida.”